::: Ninguém melhor que Erico Verissimo poderá dizer de seu objetivo ao escrever Israel em Abril. Transcrevemos aqui, na íntegra, a carta que o escritor nos enviou, juntamente com os manuscritos deste seu novo livro.
"Explico a demora com que entrego a vocês estes originais. É que cavalo velho já não pode marchar com a rapidez de potro. Mas não se alarmem: que o bicho perde em velocidade e ímpeto ganha, por antigo, em experiência e conhecimento da estrada.
Israel em Abril parece-se na estrutura e no espírito com o livro que escrevi há tempos sobre o México. Quis uma vez mais fazer o leitor viajar comigo, metido na minha pele, vendo e entendendo (ou não) pessoas, lugares e coisas através de meus sentidos e de meus pontos de referência psicológicos. Como repetidamente tenho dito e escrito, sou um pintor frustrado, um enamorado das formas e das cores. Plástica é minha visão do mundo e da vida. Aqui está, pois, um punhado de aspectos humanos, geográficos e históricos de Israel e da velha Palestina, alguns apenas esboçados em preto e branco, outros - a maioria - na forma de sumárias aquarelas. O importante para mim é que essas pinturas verbais consigam transmitir fielmente aos que me lerem as impressões que tive de Israel e dos israelenses.
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