quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Cartas íntimas - Ernest Renan e Henriette Renan

Cartas íntimas, Ernest Renan e Henriette Renan, Livraria José Olympio, 1946, capa dura, 226 páginas, 357gr, em estado satisfatório de conservação, com pequenos desgastes nos extremos da lombada, com os recortes amarelados/escurecidos e oxidados, e com as folhas amarelecidas. Etiqueta de sebo na folha de guarda. :: Introdução de Machado de Assis 

::: Cartas íntimas (1842-1845) :: Carta de Ernest Renan (Issy, 23/03/1842) :: Carta de Ernest Renan (Issy, 15/09/1842) :: Carta de Henriette Renan (30/10/1842) :: entre outras ::: 

:: Henriette Renan por Machado de Assis

Um espartano, convidado a ouvir alguém que imitava o canto do rouxinol, respondeu friamente: "Já ouvi o rouxinol". O mesmo dirás tu, se leste Henriqueta Renan, a quem quer que se proponha falar desta senhora que tamanha influência teve no autor da Vida de Jesus. A diferença é que aqui ninguém te convida a ver imitar o inimitável. Renan é o próprio rouxinol; ninguém poderá dizer nada depois do estilo incomparável e da grande emoção daquelas páginas. Assim é que não venho contar o que leste ou podes ler nessa língua única, mas trazer somente, com os subsídios posteriores, um esboço da amiga pia e discreta, inteligência fina e culta, vontade forte e longa, capaz de esforços grandes para cumprir deveres altos, ainda que obscuros. Os renanistas da nossa terra são como todos os devotos de um espírito eminente, não lhe amam os livros e atos públicos, mas tudo o que a ele se refere, seja gozo íntimo ou tristeza particular. De um sei eu, que talvez por vir também do seminário, é o mais absoluto de todos. Esse, se estivesse agora na antiga Byblos, iria até a aldeia de Amschit, onde descansam os restos da irmã querida do mestre. Sentar-se-ia ao pé das palmeiras para evocar a sombra daquela nobre criatura. A memória lhe traria novamente os passos de uma vida feita de sacrifícios e de trabalhos, começada em uma cidadezinha da Bretanha, continuada em Paris, na Polônia e na Itália, e acabada no recanto modesto de um pedaço da Ásia.

A vida de Henriqueta Renan completa-se pelas cartas trocadas entre os dois irmãos, ela nos confins da Polônia, ele na província e em Paris. (...) :::



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