::: "A Cidade e as Serras" é um dos livros mais divertidos de Eça de Queirós. É também o que teve fortuna crítica mais contraditória, sendo objeto de adesão e recusa apaixonadas.
Para muitos dos seus primeiros leitores, a obra expressava a reconciliação do romancista com o país de que se mantivera longe e cujo atraso fustigara em obras de juventude e maturidade. A partir dessa percepção, as opiniões se extremaram. Para alguns, o livro representava um ponto alto da obra de Eça, um romance bem realizado, no qual a principal característica do seu estilo - a ironia- tinha uma atualização notável. Para muitos outros, porém, especialmente para os críticos que escreveram no período da ditadura salazarista - a novela trazia uma proposta regressiva, na medida em que parecia propor que o atraso e a ruralidade portuguesa seriam dignas alternativas ao ritmo da vida moderna, nos centros mais avançados da Europa.
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