segunda-feira, 17 de junho de 2024

Calcinha no varal - Sabina Anzuategui

Calcinha no varal, Sabina Anzuategui, Companhia das Letras, 2005, capa brochura, 110 páginas, 175gr.

::: Guardadas as diferenças de geração, e talvez justamente por causa dessas diferenças, "Calcinha no varal" poderia ser comparado ao livro "Feliz ano velho", de Marcelo Rubens Paiva. Mas a proximidade de estilo - narração em primeira pessoa num tom coloquial e ao mesmo tempo ácido e sincero - ressalta principalmente o quanto mudaram o país e a juventude nos vinte anos que separam os dois livros. A trajetória de Juliana é construída por sua visão pessoal ao mesmo tempo delicada e crua, mas sintetiza também a experiência coletiva de uma geração que cresceu com a sexualidade liberada pelas mudanças culturais, e restrita pela Aids. 
Em Calcinha no varal, a jovem narradora resiste a suas perdas com criatividade e bom humor e compõe os fragmentos poéticos de sua história. A tristeza surge e vai embora, os momentos bons são às vezes vibrantes, outras vezes calmos e doces. A história vai se construindo como a vida ela mesma - na experiência e na busca da identidade, que às vezes é dolorosa, mas sempre é doce. :::

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