::: São Paulo, terceira década do século XIX. Uma cidade pacata de 21.933 habitantes, cujas atividades, hábitos e modos de morar deixam pouco nítida a divisão entre cidade e campo. Famílias patriarcais e sua extensa rede de dependentes confirmam uma tendência herdada dos tempos coloniais, mas surpreendentemente não constituem a forma predominante de organização familiar.
Casas governadas por pessoas solitárias, celibatários e viúvos, homens e mulheres, expõem o lado pouco conhecido da instabilidade dos laços familiares. A questão do dote nos contratos de casamento, a partilha dos bens em casos de separação e de morte, os concubinatos, as uniões costumeiras e os rumorosos adultérios compõem ao lado dos personagens fugidios, captados com muita sensibilidade pela autora, um amplo e detalhado painel da família paulista num tempo de mudanças.
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