Retábulo, Vincenzo Consolo, Berlendis & Vertecchia, 2002, capa brochura, 143 páginas, 213gr.
::: Retábulo narra a história de um pintor milanês, Fabrizio Clerici, que visita a Sicilia à procura de antiguidades e de outras memórias notáveis para relatá-las à sua amada que não conhece a ilha, mas que está ligada afetivamente à Sicilia. Na ilha, Fabrizio viaja acompanhado por um criado, um ex-frade, Isidoro, que deixou a batina pelo amor tresloucado de uma moça, Rosalia.
A fábula do romance está emoldurada num retable, tábua de altar pintada e esculpida dividida em três partes principais: a central maior, as duas laterais menores, abaixo, uma faixa estreita com detalhes complementares. As narrativas entrelaçadas são costuradas magistralmente pelas variações linguísticas, num pastiche barroco e irônico.
O encontro com vários monstros, sob forma de homens arrogantes e cruéis, de anfitriões que se tornam inimigos, de salteadores ferozes, acentua o aspecto de paródia do nóstos lendário. Uma paródia leve, apenas um sorriso, porque mais importante é o seu mergulho nas profundezas da memória. :::
Nenhum comentário:
Postar um comentário