::: Para muitos historiadores - desses que transformam a história em guerra civil -, a retirada de Dom João VI para o Brasil foi, simplesmente, em boa linguagem, uma fuga. Fuga que valeu por uma autêntica deserção portuguesa ou, quando muito, por uma feliz manobra política ditada pelo medo, pelo egoísta "salve-se quem puder".
"A retirada para o Brasil é, assim, diz incisivamente Antônio Sardinha, olhada com um expediente de ocasião em que só o susto mandou e o patriotismo esteve ausente de todo". (1) Segundo tais panfletários da história, só houve em toda aquela delicada questão um gesto de coragem e de altivez - aquele da Rainha louca a se debater furiosa contra os que a levavam, gritando que aquilo era fuga. Paradoxalmente, querem eles que a única que teve razão naquele dia foi a louca. :::
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