::: Às vésperas da virada do milênio, em Cuba, Victorio, um homossexual quarentão, descobre que precisa recomeçar sua vida. O prédio abandonado em que vive em Havana vai ser demolido e ele se vê sem lugar para morar. Victorio parte então em uma jornada sem rumo pelas ruas da cidade, em busca de novo abrigo. Pensa em encontrar um palácio distante, que lhe estaria reservado, mas o que encontra são duas pessoas que vão mudar sua vida: Salma, jovem prostituta em fuga, e Don Fuco, palhaço velho e excêntrico que se apresenta em parques e terraços sem chances de sucesso. Fuco os acolhe em seu próprio refúgio: um teatro abandonado repleto de fantasias, marionetes e memórias de seus dias de glória - e os adota como aprendizes.
Os três solitários trocam apoio e calor humano entre si e vão às ruas tentar combater o sofrimento diário com o riso. Mas a realidade invade seus sonhos e os joga nos becos selvagens da cidade, fazendo-os lutar para sobreviver. Mais do que a trupe, é Havana que desempenha o papel principal da história. Sua decadência é presença constante, uma energia amarga, escura e opressiva que permeia a trama. Seus recantos não dão espaço para os habitantes desajustados e os faz sofrer para encontrar um pouco de beleza. Os palácios distantes é um romance sobre a resistência do espírito humano diante das circunstâncias difíceis, e sobre as maravilhas e dores que ela pode provocar. :::
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